26.7.11

Existe futuro para o Rock?

Quando você acessa o youtube e vê, por exemplo, um vídeo do AC/DC, um comentário que provavelmente estará lá é: rock'n roll will never die!
Quando você vê um vídeo de uma banda como Violator, certamente haverá um comentário: Old school thrash metal will never die!
Quando você vê um vídeo de uma banda INDIE, você não vê esses comentários, mas o visual e a música denunciam um grande esforço retrô que, ao meu ver, permeia tudo que aparece no rock hoje em dia. Quando eu digo aparece, eu digo o que sai do mar da produção das bandas e se expõe ao público.

Este esforço não é nem de perto um retorno a algumas fases áureas como se pode pensar, mas simplesmente um movimento contemporâneo. Quando se busca a estética rockeira dos tempos de hoje, ela tem insistentemente apontado para o passado. Raiz, Old School, Clássico, essas são as palavras de ordem. A inovação e exploração musical, a abertura de novos caminhos na mata tem soado rala, sem energia para o grande público. Será que todas as terras já têm dono? Será que todas as matas virgens do rock têm trilhas abertas?

O fato é que acabou o sonho do rockstar, pelo menos na acepção Rock do termo. Existem bandas que estão na MTV, na rádio, etc., com grande alcance comercial, mas eles são outras coisas. Eles são mais Britney Spears do que Led Zeppelin ou Guns and Roses. Isso porque ninguém depende mais das majors para ouvir a música que gosta, está tudo ali, na tela do computador. Alguns que não tinham chances comerciais chegam ao público, e alguns que poderiam ser rockstars não são mais tão interessantes comercialmente. A horizontalidade sacrificando o cume da verticalidade.

A inovação artística está aqui e ali, e o caminho para ela nunca esteve tão aberto. Mas o clima é de resgate do que é legítimo, do que já foi feito e tem sua audiência garantida. Acho que muitos deveriam se perguntar se realmente a própria produção realmente merece um espaço no mercado que se transforma. E, mais do que isso, explorar o que ele oferece em termos de dinheiro, que é, em última análise, o que sustenta um trabalho tão árduo como o de levar uma banda pra frente. Eu acho que quando os artistas começarem a se organizar em torno disso, nós veremos um outro tempo artístico no rock. Sem precisar repetir o que já fizeram 30 anos atrás.

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