18.6.11

Música e Internet



Quem não conhece astros formados pelo Youtube, como Justin Bieber e Pc Siqueira?

De fato, para a música, o Youtube e demais ferramentas virtuais são um grande adianto, para não falar no mp3. Uma vez conversava com um músico, e ele pregava para sua banda uma estrutura tradicional de produção, que seria compor-ensaiar-gravar-fazer álbum. É um processo bastante óbvio, mas no que ele me apresentou sua idéia eu retruquei: e o site? Ora, o site será feito para anunciar apresentações, mostrar algumas músicas e só. Por um acaso, este rapaz, além de músico, é programador. E eu disse para ele: camarada, o site da banda é a coisa mais importante dela depois das músicas. Como era de se esperar, ele discordou e afirmou que eu estaria, vamos dizer, viajando na maionese. Bom, eu e mais alguém, em especial este homem do vídeo acima.


Os grandes artistas continuam seguindo lógicas passadas, grande shows e turnês, álbuns, empresários e jabás. Este espaço ainda é e será estreito demais para a maioria dos artistas. A primeira grande mudança que eu quis apontar na discussão acima foi a quebra do CD, e seus principais agressores foram o mp3 e o gravador de CD via computador pessoal. A segunda quebra foi a do rádio, que, se não se quebrou tanto, deixou de ser uma necessidade para artistas que podem postar vídeos e terem suas músicas trafegando pela rede no formato mp3. A terceira foi a gravadora, visto que a tecnologia digital baixou o custo deste processo. É fato que uma gravação bem feita exige equipamento caro, estúdio e um bom produtor, mas o fato é que existe a possibilidade de mostrar sua música com um mínimo de investimento, algo que se reflete na natureza “crua” ou eletrônica de muitos estilos musicais contemporâneos.

Todas estas quebras geraram uma legião de artistas independentes, que transportam sua música para os quatro cantos do mundo com facilidade. Vizualizações no youtube contam mais do que cópias vendidas. Abre-se também o espaço para ramos musicais menos populares, como instrumentistas, estilos extremos, criando nichos específicos para cada um deles. Quem negar tais mudanças está precisando dar uma olhada pela Internet e observar as características das bandas emergentes.
Ainda resta o show, a apresentação ao vivo, e esta continua sendo uma atividade primordial. Não creio que se tenha mudado a dinâmica dos shows, desde os menores aos maiores. Por essa razão, algumas pessoas do meio das bandas de rock e relacionados põem o concerto num pedestal, como se fosse o que restasse para os músicos. O sonho de rockstar continua vivo, mesmo que fora de data. Parece que a esses músicos falta olhar no espelho e na tela do computador.

Dadas as considerações, defendo que as bandas devem ser bandas, ensaiar e compor suas músicas como nos velhos tempos, mas depois daí o foco deve ser outro. É preciso ter em consideração que a popularidade da banda será impulsionada via Internet. Os shows são importantes, mas são menos freqüentes e gastam muito tempo, dinheiro e energia, além dos contatos. O produto que as bandas têm a vender não é um disco, e não é só um ingresso de show, mas sua própria visibilidade. Então, o primeiro passo é a gravação e emulação via youtube e qualquer outro site disponível. Gravação esta que deve ser executada independentemente dos recursos disponíveis: uma câmera de vídeo é o suficiente. Depois, existem técnicas e instrumentos para infectar a rede com seu trabalho. É preciso direcionar a banda para este fim, para esta tecnologia, para o novo meio que surge em matéria musical.


Ou seja, nunca foi tão fácil ter uma banda, mas é preciso foco para utilizar-se de tais facilidades. Para os interessados, sugiro checar este site: talkmusicbiz.com

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